Komatsu investe na ampliação da fábrica em Suzano (SP) e anuncia nacionalização da escavadeira de 50 t
A empresa comemorou os 50 anos da unidade, que foi a primeira fora do Japão, com um evento reunindo funcionários e seus principais executivos
A primeira fábrica da Komatsu fora do Japão foi inaugurada no Brasil, em 1975, em Suzano (SP), como parte da estratégia de expansão global da Komatsu. Com um complexo industrial completo, a unidade possui fundição própria e processos de corte, dobra, usinagem, caldeiraria, montagem, inspeção final e expedição. Atualmente, tem capacidade produtiva de 3.200 equipamentos por ano, mas com uma nova planta em construção, em 2026 aumentará o número para 4.000/ano. O prédio deve ser finalizado até outubro e em fevereiro deverá estar pronto para iniciar a operação.
A Komatsu quer incrementar a eficiência, modernizar o parque fabril e desenvolver novos produtos, expandindo a produção em mais de 50% até 2030. Os novos investimentos já em curso vão eliminar um gargalo de produção na etapa de usinagem. As duas máquinas de usinagem, com 30 anos, já operam no limite da capacidade, mas a nova, importada da República Tcheca, permitirá o aumento em 30%. Os investimentos incluem ainda robôs de solda e uma linha totalmente nova de pintura a cátion.
“O mercado brasileiro de equipamentos de construção está em constante evolução e precisamos estar preparados para atender nossos clientes. Além disso, trabalhamos com uma expectativa de aumento da demanda por nossos produtos até 2030”, informa o presidente da unidade fabril no Brasil, Jeferson Biaggi. Ele destaca também a possibilidade de ampliação para atender à América Latina e expansão de novos mercados, como a África, reforçando a liderança da empresa em inovação e no setor de construção.
A Komatsu faz planos de investimentos compreendendo ciclos de três anos. Em 2025, investirá R$ 42 milhões em 2025, totalizando cerca de R$ 150 milhões até 2027. Em 2022, a Komatsu já havia alocado mais de R$ 100 milhões na unidade, com novo prédio administrativo e investimentos na modernização dos processos produtivos, que incluíram novos robôs de solda, equipamentos de usinagem HMC (Horizontal Machining Center), máquina laser para processos de corte, pontes rolantes e desmoldador de peças para a área de Fundição.
Em seu portfólio de produção brasileiro estão tratores de esteiras, carregadeiras de rodas, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas. Dentre os modelos que farão parte da ampliação em Suzano, estão a carregadeira de porte médio WA380-6, que acaba de ser nacionalizada, dois novos modelos de harvester florestal desenvolvidas especialmente para o mercado brasileiro e a escavadeira de grande porte PC500LC-10M0, que também será nacionalizada. A instalação de Suzano também participará do desenvolvimento e produção de carregadeiras compactas e pequenas para o mercado brasileiro em 2025 e 2026. Por isso, o objetivo é que parte da estrutura esteja operacional antes de 2026.
“Em relação aos equipamentos compactos, atualmente a nossa menor escavadeira é de 13 t e a pá carregadeira é de 20 t. Agora temos planos de começar a pá carregadeira de 15t, que seria a WA-150. Sempre começamos importando para testar o mercado, então estamos trazendo esse ano do Japão as primeiras unidades e, de acordo com a aceitação do mercado, vamos começar a fabricar aqui, porque é um nicho grande. Essa classe da WA-150, de compactos, tem uma demanda de 2 mil máquinas/ano”, explica Biaggi.
“Estimamos que o mercado total de máquinas esse ano, sem retro, porque não produzimos, seja de 17.800 máquinas, que é o mesmo número do ano passado”, analisa. Segundo ele, a expectativa era crescimento de 10% em 2025, mas a alta dos juros não está ajudando e o número foi revisto mantendo o mesmo patamar de 2024. Para estimular as vendas, estão oferecendo taxas mais atrativas subsidiadas pelo Banco Komatsu, responsável por quase 50% das operações concluídas.
WA380-6 e PC500LC-10M0 nacionalizadas
Modelo popular de carregadeira de rodas, a WA380-6 já começou a ser produzida em Suzano este ano. A decisão de fabricá-la no País é uma resposta direta à crescente demanda por carregadeiras de rodas deste porte no setor de construção, além de outros segmentos como mineração, locação, indústria, agricultura e florestal. “A WA380-6, que já conquistou significativa aceitação no mercado brasileiro como modelo importado, passou a ser produzida localmente, trazendo diversos benefícios para os clientes, como acesso ao financiamento via Finame, benefício de redução de impostos, além de maior disponibilidade do equipamento e acessórios. Esta iniciativa estratégica não apenas reforça o compromisso da Komatsu com o mercado brasileiro, mas também destaca a importância do País nas operações globais da empresa, posicionando-o como um centro de produção crucial para toda a América Latina. Estamos muito contentes em iniciarmos a produção local desse equipamento, que trará ao mercado também os benefícios de melhor disponibilidade de produto, assim como acessórios originais de fábrica”, destaca Biaggi.
A Komatsu prevê um crescimento positivo nos setores que utilizam a WA380-6, particularmente em projetos de infraestrutura dentro do programa PAC. Este aumento nas obras elevará o consumo de insumos como areia, cimento e brita, setores onde a WA380-6 é amplamente utilizada. “A iniciativa de nacionalização posiciona a Komatsu para melhor atender a estes mercados em expansão com equipamentos de alta qualidade produzidos localmente”, reforça o presidente da unidade fabril.
Outro modelo que a Komatsu anuncia a nacionalização é a escavadeira de grande porte PC500LC-10M0. Comercializada no Brasil desde 2019, ela ganhou cada vez mais espaço na classe de 50 toneladas, por sua alta eficiência e baixo consumo de combustível, atendendo à demanda do mercado, que vem crescendo anualmente, principalmente nos setores de agregados e mineração.
Comparada ao modelo anterior, a PC500LC – 10M0 apresenta produtividade (ton/hora) com até 15% superior, 11% menos consumo (litros/hora), podendo atingir até 21% mais eficiência (ton/litros). Esses resultados são possíveis de atingir devido ao maior volume da caçamba, maior sincronia entre motor diesel e bomba hidráulica, possibilitando maior fluxo hidráulico com menor rpm, 5 diferentes modos de operação para seleção do operador de acordo com a necessidade do trabalho, aumento da força de escavação na caçamba e aumento da força no braço. Na prática, o somatório dessas melhorias resulta em ciclos de trabalho mais rápidos. Isso acaba contribuindo para maior movimentação de material por ciclo, apresentando, portanto, maior produtividade.
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